terça-feira, dezembro 07, 2010

Filmão


Tropa de Elite 2″ não é mais do mesmo. O primeiro filme lidava com a estória do BOPE e seu papel na sociedade sem julgar ou condenar seus atos, deixando ao espectador a decisão de fazer isso. Neste filme, somos convidados a participar da vida do Coronel (antes capitão) Nascimento (Wagner Moura) e de sua jornada ao inferno pela sociedade (ou “sistema”, como ele prefere dizer) durante duas horas de filme. Há espaço para velhos conhecidos como André Matias (André Ramiro) e o capitão Fábio (Milhem Cortaz) e novos personagens como Fraga (Irandhir Santos) e Beirada (seu Jorge). Mas o tema é mais amplo, mais complexo e ainda assim não deixa de ser mais interessante. O filme é sobre o surgimento das milícias no Rio de Janeiro e também sobre como o Estado se aproveita da criminalidade para garantir seus votos e tirar proveito de toda e qualquer situação que possa vir a prejudicar os interesses de uma máquina ineficiente e mal administrada.

Quando Nascimento acha que a sua entrada pela porta da frente – ainda que por razões contraditórias – como subsecretário de Segurança Pública poderia combater de maneira mais precisa e eficiente o problema com o tráfico de drogas, aí então ele descobre algo muito maior do que ele encontrou antes como oficial e combatente do BOPE. Um problema muito maior acontecia por debaixo dos seus olhos e que ele mesmo ajudou indiretamente a colaborar para que ele se expandisse. A corrupção não só existia em níveis inferiores: ela ia da base ao topo.

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